quarta-feira, 27 de junho de 2012

ENTREVISTAS COM ARQUITETOS


Hanno Rauterberg
Viana & Mosley Editora, 2009



capa do livro em inglês

capa do livro em português

Em Entrevistas com Arquitetos ou Talking Architecture: interviews with architecs, o jornalista e renomado crítico de arquitetura alemão Hanno Rauterberg entrevista 19 dos mais célebres arquitetos que comandam 17 escritórios pelo mundo. Os entrevistados são nomes de diferentes movimentos em diferentes lugares, como por exemplo: Cecil Balmond, Peter Eisenman, Norman Foster, Zaha Hadid, Oscar Niemeyer, Peter Zumthor, entre outros.

Entre as principais perguntas de Rauterberg, estão: Qual é o estado da arquitetura hoje em dia? O que inspira arquitetos? O que define seu trabalho? Pode a arquitetura mudar o mundo? Entre as respostas mais curiosas temos a do brasileiro Oscar Niemeyer que ao ser perguntado se ainda existia alguma coisa que desejasse na vida, diz:

                “Eu gostaria de parar de falar de arquitetura. Eu preferia falar sobre literatura, mulheres e ciência. Se me fosse concedido um desejo, então que todo mundo fosse igualmente próspero, por favor. Que todo mundo fosse feliz. Atualmente, o mundo me parece terrivelmente desajustado. Há insatisfação por toda parte; muitas pessoas não acreditam no futuro; o dinheiro reina supremo. Até mesmo por essa única razão, a arquitetura não pode ser a resposta. A arquitetura não é importante, o muito é importante, e nós temos que mudá-lo. Esse é um mundo de merda”

Antes das entrevistas, Rauterberg escreve uma introdução intitulada: Modernismo Digital, porque a arquitetura é mais popular do que nunca. Adiante, o livro conta com inúmeras ilustrações e fotos de projetos, contribuindo para a discussão sobre realizações, desafios, inspirações e sonhos dos arquitetos. Em alguns momentos, Rauterberg arrisca algumas provocações aos arquitetos, como no momento em que diz para a iraquiana Zaha Hadid: O jornal britânico The Times chamou-a de a mais odiada arquiteta da Inglaterra.

É um livro muito interessante. Sem perder o profissionalismo e fugir dos assuntos relacionados à arquitetura, o autor trás um lado mais humano dos arquitetos e vez ou outra deixa escapar perguntas mais pessoais e incomuns. A versão em inglês conta com fotografia coloridas, entretanto, há mais perguntas publicadas na versão em português.

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