Hanno Rauterberg
Viana & Mosley Editora, 2009
capa do livro em inglês
capa do livro em português
Em Entrevistas
com Arquitetos ou Talking Architecture: interviews with architecs, o jornalista
e renomado crítico de arquitetura alemão Hanno Rauterberg entrevista 19 dos
mais célebres arquitetos que comandam 17 escritórios pelo mundo. Os
entrevistados são nomes de diferentes movimentos em diferentes lugares, como
por exemplo: Cecil Balmond, Peter Eisenman, Norman Foster, Zaha Hadid, Oscar
Niemeyer, Peter Zumthor, entre outros.
Entre as
principais perguntas de Rauterberg, estão: Qual é o estado da arquitetura hoje
em dia? O que inspira arquitetos? O que define seu trabalho? Pode a arquitetura
mudar o mundo? Entre as respostas mais curiosas temos a do brasileiro Oscar
Niemeyer que ao ser perguntado se ainda existia alguma coisa que desejasse na
vida, diz:
“Eu gostaria de parar de falar de arquitetura. Eu preferia falar sobre
literatura, mulheres e ciência. Se me fosse concedido um desejo, então que todo
mundo fosse igualmente próspero, por favor. Que todo mundo fosse feliz.
Atualmente, o mundo me parece terrivelmente desajustado. Há insatisfação por
toda parte; muitas pessoas não acreditam no futuro; o dinheiro reina supremo.
Até mesmo por essa única razão, a arquitetura não pode ser a resposta. A
arquitetura não é importante, o muito é importante, e nós temos que mudá-lo.
Esse é um mundo de merda”
Antes das
entrevistas, Rauterberg escreve uma introdução intitulada: Modernismo Digital, porque a arquitetura é mais popular do que nunca. Adiante,
o livro conta com inúmeras ilustrações e fotos de projetos, contribuindo para a
discussão sobre realizações, desafios, inspirações e sonhos dos arquitetos. Em
alguns momentos, Rauterberg arrisca algumas provocações aos arquitetos, como no
momento em que diz para a iraquiana Zaha Hadid: O jornal britânico The Times
chamou-a de a mais odiada arquiteta da Inglaterra.
É um livro
muito interessante. Sem perder o profissionalismo e fugir dos assuntos
relacionados à arquitetura, o autor trás um lado mais humano dos arquitetos e
vez ou outra deixa escapar perguntas mais pessoais e incomuns. A versão em
inglês conta com fotografia coloridas, entretanto, há mais perguntas publicadas
na versão em português.