quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Fichamentos


ARTIGO SOBRE GÊNERO

“Gênero, artefato e a constituição do lar: o caso paulistano” é um livro que nasceu a partir de um doutorado defendido na Faculdade de Filosofia, Letras  e Ciências Humanas da USP por Vânia Carneiro de Carvalho. O volume trás a discussão sobre a história da formação e do estabelecimento do gosto por decoração e consumo da burguesia paulistana. A autora ocupa-se em analisar o relacionamento simbólico entre objetos domésticos e formação de identidades sociais diferenciadas pelo gênero. A obra é dividia em cinco capítulos: Ações centrípetas: individualidades sexuadas; Espaços e representações de gênero: um campo operatório; Representações e ações corporais: a ubiquidade do gênero; Casa VERSUS Rua: a conspicuidade feminina e o trabalho doméstico; por fim A felicidade como conforto: bem-estar, domesticidade e gênero.

A autora faz uma análise dos cômodos de um tradicional palacete paulistano do século XIX e XX, ressaltando a divisão de gênero por cômodos. Longe de um senso comum que aponta a cozinha como local da mulher na casa e atenta ao seu recorte – burguesia paulistana de 1870 até 1920, Vânia aponta diferenças sociais do lar paulistano e do norte-americano, lembrando que devido à nossa herança colonial, a cozinha era o lugar dos criados.  Além de buscar referências na literatura brasileira – Machado de Assis e José de Alencar – para interpretar o cotidiano brasileiro, a autora baseia-se em Richard Sennet e Michel Foucault ao discutir sobre o disciplinamento dos corpos no mundo urbano.

A autora destaca que em determinada época, a tradição colonial é desprezada e as medidas higiênicas tonam-se ponto forte de preocupação dentro dos lares, acarretando em fortes mudanças na decoração das casas. As cortinas pesadas que acumulassem pó já não são mais indicadas pelos médicos, a cozinha passa a receber atenção e torna-se azulejada, os panos e toalhas são pendurados. Por fim a autora levanta o tema que pode ser considerado uma das hipóteses centrais de sua pesquisa: a decoração, a criação de ambientes no lar que transmitam efeitos opostos à vida dura e competitiva na rua, existe para o homem, não para a mulher:

“Questionando o privado como reino da mulher, Vânia nos lembra de que o homem não somente se socializa no lar, como a própria constituição do lar como espaço de conforto e paz, de santuário alheio ao competitivo e bruto “mundo lá fora”, existe para servir ao homem. Todo o esforço dessas mulheres abastadas para decorar suas casas, a fim de que nos mínimos detalhes o espaço transmita o que a autora chama de conforto visual, faz parte do papel social e culturalmente designado a essas mulheres como mediadoras.”


LIVROS SOBRE PROCESSO DE PROJETO

LAWSON, Bryan; Como Arquitetos e Designers pensam; tradução Maria Beatriz Medina; São Paulo: Oficina de texto, 2011.


Em “Como Arquitetos e Designers pensam”, Bryan Lawson discute o papel do designer ou projetista em arquitetura, os componentes dos problemas em projeto e a busca de soluções. Os estilos de pensamento “são analisados com ênfase no processo criativo” (Lawson, 2011). O livro é dividido em 3 momentos. Inicialmente, o autor levanta a questão: O que é projetar? Nesta parte, examina o processo de projeto como acontecimentos sequenciais e aponta como se dá a formação dos projetistas e quais são as tecnologias para se projetar. Ao longo dessa primeira parte, o autor faz um mapeamento do processo de projeto na tentativa de definí-lo e chega à um resultado de: análise, síntese e avaliação.

Na segunda parte, Lawson examina quais são os componentes dos problemas de projeto e sugere o uso de medições, critérios e avaliações ao se projetar. Por fim, na última parte, o autor faz ponderações sobre o pensamento criativo em projeto. Começando pelos behavioristas, passando pela escola da Gestalt e a ciência cognitiva. Em um dos capítulos mais relevantes para o presente projeto, o autor discute o projetar como conversa e percepção. Lawson destaca ainda a importância do progresso que pode ser alcançado com a “conversa” no o ato de projetar:

“Aqui, o importante é quanto progresso se faz com essa conversa. Não importa se há um ou muitos projetistas, o processo parece o mesmo. Há uma interação com a situação por meio da conversa, na qual desenhos e ideias têm o seu lugar. Sem dúvida, as ideias são processadas por conceitos descritos com palavras. Essas palavras têm enorme importância, já que representam um conjunto complexo de características das quais algumas podem ajudar o projetista a ver um modo de avançar.” (LAWSON, 2011)

O autor afirma que os desenhos revelam alguns problemas e permitem ao projetista ver situações insatisfatórias. Finaliza sugerindo estratégias para projetar oferecendo um modelo flexível de projeto e afirmando: projetar é uma habilidade. As habilidades podem ser adiquiridas e desenvolvidas (Lawson, 2011).

Por Márcio Barbosa Fontão





quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Fichamento


ARTIGO GÊNERO
BRUSCHINI, Cristina; LOMBARDI, Maria Rosa. A bipolaridade do trabalho feminino no Brasil contemporâneo. Cad. Pesqui., São Paulo, n. 110, July 2000 .

As autoras iniciam o artigo apresentando o cenário do trabalho feminino atualmente e nas últimas décadas. Os trabalhos mais comuns exercidos pelas mulheres eram os com pequena remuneração e que não necessitavam de um alto nível de escolaridade, como o trabalho doméstico. Esse quadro apresentou mudanças com a inclusão das mulheres em áreas antes tidas como de domínio masculino, como direito, arquitetura, engenharia e medicina, e essa mudança foi acompanhada de maiores níveis de escolaridade e melhores salários, entretanto ainda inferiores se comparados aos dos homens.
Na busca de entender esses dois pólos de trabalhos foram utilizadas diversas fontes secundárias que se relacionavam com os assuntos pesquisados. Essa busca revelou que o trabalho doméstico foi e é exercido majoritariamente por mulheres, com esse índice variando entre 93% e 97% do total de trabalhadores dessa área.
Notou-se também que carreiras como enfermagem e o magistério que necessitam de curso superior já apresentavam um alto índice na participação feminina, e continua crescente. Entretanto profissões como engenharia, arquitetura, medicina e principalmente direito apresentaram aumentos significativos, podendo destacar como cargos ocupados os de juízas, promotoras, procuradoras e curadoras.
Pode-se verificar que essas mudanças foram impulsionadas pelas mudanças culturais do final dos anos 60, e pelo aumento das vagas nas universidades públicas e particulares, que proporcionaram que esse cenário mudasse. Outra analise que pode ser feita é que essas mulheres continuam a ter menores salários do que homens em mesmo cargo, e para que essas mulheres possam se dedicar a suas carreiras precisam se apoiar nas trabalhadoras domésticas, fortalecendo esses dois pólos.

LIVRO PROCESSO DE PROJETO
MILLS, Criss B. Projetando com maquetes – um guia para a construção e o uso de maquetes como ferramenta de projeto. 2. Ed. Porto: Bookman, 2007.

Projetando com Maquetes é um guia sobre como utilizar a construção de maquetes como ferramenta de projeto. O livro inicia apresentando diversos equipamentos que podem ser utilizados na construção de maquetes e suas funções específicas. Essa descrição segue para os materiais e posteriormente para o tipo de maquete, que implica no grau de precisão que ela deve possuir, consequência direta do assunto que ela deve abordar, como uma maquete de cheios e vazios, e uma de fachadas.
A autora apresenta que dependendo do tipo de maquete, como as montadas rapidamente, como um desenho bidimensional, podem funcionar como croquis na evolução e desenvolvimento de projetos. Outras maquetes, como as volumétricas podem auxiliar a desenvolver áreas ainda não estudadas, por meio da sua relação com o espaço. As maquetes de entorno ajudam a analisar a relação do novo projeto com o entorno imediato.
As maquetes segundo a autora possibilitam ainda a experimentação e a tentativa, possibilidades facilmente alcançadas com novos recortes e rápida visualização, adaptações e reconstruções. Essas tentativas seriam mais morosas caso fossem feitas em desenhos e talvez não expressasse claramente a intenção do arquiteto.

ARTIGO PROCESSO DE PROJETO
FLORIO, Wilson. Croquis de concepção no processo de projeto em Arquitetura. Exacta, v.8(3), p. 373, 2010.
O autor inicia o artigo definindo croqui como elemento de concepção inicial do projeto, pois segundo ele pode-se relacionar memória, repertório e a capacidade de manipular ideias em pequenos desenhos e em pouco tempo. Esses croquis não são apenas registros dos pensamentos do arquiteto, mais auxiliam no desenvolvimento do pensamento, na medida em que ao desenhar, analisar e interpretar o desenho as ideias ficam mais claras e a partir delas pode-se evoluir e modificar o pensamento. Assim os croquis ajudam a demonstrar os caminhos percorridos pelo arquiteto até chegar ao projeto final.
O artigo busca mostrar as dificuldades e incertezas que ocorrem nos momentos de concepção de projetos e como os croquis ajudam a desenvolver essa fase e geram projetos diversificados e interessantes. Para o autor o croqui, como também maquetes físicas e digitais, são elementos que ajudam a materializar ideias que antes povoavam apenas os pensamentos do arquiteto.
O autor conclui o artigo ressaltando a importância do croqui na desmitificação do arquiteto gênio, da criatividade sem esforço, segundo ele divulgado por muitos arquitetos, pois é a presença do croqui que possibilita mostrar a união das habilidades, sensibilidades, conhecimento, experiências e muito trabalho na concepção de um projeto. Constata também que maquetes físicas, digitais e croquis não são simples ferramentas de representação, mas formas de entendimento e desenvolvimento de projetos.

Mariana Nogueira

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Fichamento


FICHAMENTOS – Daniela Risso de Barros

PROCESSO DE PROJETO:

ARTIGO
1.       ASSUNÇÃO, Alexandre Vergínio. O croqui e a imaginação criadora no projeto de Design. Revista Thema, v. 7(2), 2010. - CAPES
  • Título: O croqui e a imaginação criadora no projeto de Design
  • Autor: Alexandre Vergínio Assunção
  • Assuntos: Croqui ; Imaginação Criadora ; Projeto De Design ; Formação Em Design
  • Publicado em: Revista Thema, 2010, Vol.07(02)
  • Descrição: A prática do Croqui - com o incremento da Imaginação Criadora - aparentemente carrega em si a possibilidade de superação de estereótipos, em direção à satisfação de novas descobertas. Estas são alimentadas pelas intervenções, da “mão obreira”, que o designer pode provocar nas representações gráficas de um modo particularmente inovador, re-significando o objeto projetual em pauta. Neste artigo, estou propondo uma reflexão sobre um dos modos que o estudante de Design tem na sua formação acadêmica e posterior vida profissional para abordar os problemas de projeto que lhe são submetidos: o Croqui. Este será analisado como uma representação gráfica manual de idéias nascentes, conjuntamente ao que lhe dá origem e sentido - a Imaginação Criadora.
  • Identificador: ISSN: 21772894
  • Fonte: Directory of Open Access Journals (DOAJ)


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LIVRO
2.       HOGAN, Blaine. Untitled: Thoughts on the Creative Process. Editora Creative Collective. - AMAZON
Não há o livro inteiro disponível para leitura on line. Somente encontrado no Amazon.

Obs. Só 2 artigos tem leitura completa online, um no Scielo e outro no JSTOR.