Em uma Voz
Diferente. Teoria Psicológica e Desenvolvimento da Mulher
ISBN 0-674-44544-9
Editora: Harvard
University Press.
Autora: Carol Gilligan
© 1982
Conteúdo
Em oposição às teorias de desenvolvimento humano (Freud, Piaget, Kohlberg,
Levinson) baseadas no modelo masculino, Gilligan (Harvard Graduate School of Education) coloca que as mulheres pensam
de uma maneira diferente - dão prioridade ao cuidado e à responsabilidade,
muito mais do que aos direitos ou a justiça (o contraste entre a definição do
self a partir da separação e baseado na continuidade, conexão).
A autora acredita que a psicologia tem
repetidamente e sistematicamente sido incapaz de compreender as mulheres – seus
motivos, compromissos morais, o decurso de seu desenvolvimento psicológico e
sua visão particular do que é importante na vida. Conclui que não há algo de
errado com elas, mas com a teoria, que tenta entende-las a partir de uma perspectiva
masculina. Repetidamente, observa, as teorias do desenvolvimento têm sido
construídas em observações da vida dos homens.
O desenvolvimento masculino é basicamente uma
questão de separação do modelo em busca de autonomia e independência. Sob este
viés, as mulheres seriam incapaz de tornarem-se adultos maduros, uma vez que
seu desenvolvimento envolve uma luta contínua e sem solução para equilibrar
suas responsabilidades com os outros e seus compromissos com elas mesmas. Enquanto
os homens vêm a moral como uma questão de justiça imparcial, para as mulheres a
moralidade é mais uma questão de cuidados. Seriam, portanto, menos morais?
Questiona-se a autora. Se os homens dispõem-se a sacrificar o relacionamento
com os outros em busca de realizações pessoais, estariam erradas as mulheres ao
sacrificar conquistas pessoais para preservar relações? Na comparação do
desenvolvimento de homens e mulheres, baseado no modelo masculino, as mulheres
ficam aquém.
Em “Em Uma voz Diferente” Gilligan analisa
respostas masculinas e femininas (em nove idades diferentes e em outros estudos
separados) para o mesmo dilema moral. Suas colocações, baseadas na observação
do dramático contraste entre as respostas de homens e mulheres, vão muito além
da crítica negativa à teoria existente; a autora, neste ensaio, inicia uma
conversa. Ao dar vozes às mulheres, coloca sua própria visão da personalidade
feminina e contribui para o retrato da natureza humana, que têm sido, ao longo
dos anos, muito unilateral. Chama atenção para a multiplicidade de vozes entre
os “adultos” e as “pessoas” em geral.
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