quinta-feira, 24 de maio de 2012

FEMINISMO MUDOU A CIÊNCIA?

 (Londa Schienbinger)

Por Andraci Maria Atique

A partir da inter-relação entre questões de gênero e os modos de fazer ciência, Londa Shienbinger examina o lugar da mulher na academia e na ciência, avaliando as questões de gênero ligadas à ciência e à sociedade nos Estados Unidos, fazendo também comparações com outros países. Ela argumenta que, as mulheres elaboram o saber científico de maneira diferente do modo competitivo e reducionista dos homens, elas tendem a ser pensadoras holísticas e integrativas, mais pacientes, persistentes e atentas a detalhes, dispostas a esperar que os dados de pesquisa falem por si mesmos ao invés de forçar respostas.
A autora propõe a incorporação de uma consciência crítica de gênero na formação básica de jovens cientistas e no mundo rotineiro da ciência, por meio de instrumentos de análise pelos quais a pesquisa científica possa ser desenvolvida, e também criticada em linhas feministas. Mas alerta que essa incorporação das mulheres à ciência não pode ocorrer sem conturbações na ordem vigente, Pois a ciência moderna é um produto de centenas de anos de exclusão das mulheres, e o processo de trazer mulheres para a ciência exigiu, e vai continuar a exigir, profundas mudanças estruturais na cultura, métodos e conteúdo da ciência.
Ela nos informa que as mulheres só foram admitidas nas universidades norte-americanas na última década do século XIX. E que uma maneira de integrar uma compreensão crítica do gênero na ciência, seria ter estudantes de ciência seguindo cursos de história do gênero na ciência, mas que somente nas últimas décadas esses cursos se tornaram disponíveis. E que parte dos conflitos entre a Ciência versus Feminilidade, segundo Schienbinger, deve-se ao contexto histórico, que teria levado a cultura científica a se estruturar com base na (falsa) premissa de que dois domínios da vida – o profissional e o privado – são separados. De modo geral, a estruturação da carreira profissional de um homem cientista sempre partiu da premissa de que havia uma mulher em casa, cuidando de sua vida privada.
Ela conclui que tanto feministas quanto seus opositores concordam que o espaço para as mulheres tentarem construir uma carreira dentro ou fora da vida acadêmica é reduzido e deve ser ampliado. Definindo que esse acesso restrito das mulheres à carreira científica ocorre por três razões segundo Désirée Motta Roth (p.13): 1) a estruturação social em torno dos interesses e do poder masculino; 2) a total cisão entre a esfera pública (dirigida para e pelos homens) e a esfera privada (dirigida para e pelas mulheres); 3) a dissociação entre o saber considerado ciêntífico do senso comum.
A autora também diz, segundo Maria Teresa Citeli em sua resenha, que desde 1950 presenciamos mudanças significativas: mais mulheres presidem agências governamentais e ocupam postos acadêmicos de prestígio; instâncias governamentais interessam-se em monitorar a situação das mulheres nas ciências e publicar relatórios sobre o assunto. No entanto, os avanços não são uniformes, variam por região geográfica e área disciplinar e , mais que isso, não estão consolidados nem garantidos.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

ARTIGO PROFESSORA FÚLVIA ROSEMBERG

LINK PARA O ARTIGO COMPLETO
EDUCAÇÃO FORMAL, MULHER E GÊNERO NO BRASIL CONTEMPORÂNEO



Resumo: O objetivo do artigo é evidenciar o descompasso entre a situação de homens e
mulheres no sistema educacional brasileiro e as metas nacionais e internacionais de igualdade
de oportunidades de gênero na educação. Para tanto analisa e interpreta estatísticas
educacionais, resoluções das conferências internacionais da década de 1990 e documentos
de instâncias multilaterais, governamentais e não-governamentais sobre a questão. Conclui
assinalando o caráter ideológico de várias interpretações, sugerindo a necessidade de
aprofundamento teórico sobre o tema.



Palavras-chave: educação e gênero, organizações multilaterais, governo brasileiro,
movimento de mulheres, dados estatísticos

FÚLVIA ROSEMBERG possui graduação em Psicologia pela Universidade de São Paulo (1965) e doutorado no Laboratoire de bio/psychologie de l'enfant - École Pratique des Hautes Études Université de Paris (1969), título reconhecido pela PUC-SP em 1985.Atualmente é pesquisadora sênior da Fundação Carlos Chagas e professora titular em Psicologia Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Na Fundação Carlos Chagas é coordenadora, no Brasil, do Programa Internacional de Bolsas de Pós-graduação da Fundação Ford. Tem experiência na área de Estudos sobre Ideologia e Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: construção social da infância, educação infantil, políticas públicas, relações raciais, relações de gênero, socialização e educação.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

TINA BROWN TALKS WITH ZAHA HADID


Zaha Hadid and Tina Brown Discuss Architecture, Feminism, and More
Nov 15, 2011 11:46 AM EST


On Monday evening, she sat still long enough to discuss her childhood in Iraq, her early years as an architect, and her ongoing projects around the world. But clad in all black, with a tunic-length jacket of gleaming gold cloth woven with silver thread and mirrored plates the size of silver dollars that reflected light off the ceilings and floors—occasionally throwing laserlike beams into the eyes of those in the audience—she maintained the impression of constant motion.

The assembled audience was rife with fellow lauded architects, including Mohsen Mostafavi, dean of the Harvard Graduate School of Design; and fellow Pritzker winner Thom Mayne. And while the language of architecture may have been common ground for many in the room, for Brown and Hadid, it was the shared experience of being women at the top of male-dominated fields that provided fertile ground.

“You’ve been called a diva,” Brown noted to Hadid, not for the first time.
“If I was a guy they would think I’m just opinionated,” Hadid responded with a sigh. “But as a woman, I’m ‘difficult.’ I mean, I can’t change sex.”
“I can relate to that,” Brown responded, prompting a flurry of applause.
Another relatable point came when Hadid was asked by an audience member about her next challenge, or “the next boundary” she wants to push. “To have a holiday,” she said with a sigh.


“If I was a guy they would think I’m just opinionated,” Hadid said. “But as a woman, I’m ‘difficult.’ I mean, I can’t change sex.”


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Zaha Hadid at the Riverside Museum in Glasgow, which she designed (Jeff J Mitchell / Getty Images)

The wildly successful trailblazer is, it seems, as grounded in the day to day as any of us. And as for the notion that she is a “diva”? Well, Hina Jamelle, a professor of architecture at the University of Pennsylvania who worked for Hadid some two decades ago when the firm had just a handful of employees, categorically rejects the notion.
“She’s the most loyal person,” Jamelle said after the dinner. “In any given crossroads in my life she has pushed me to take risks and dive into the deep end. As a woman and someone who sees her as an ‘aunt,’ she’s someone who has been tremendously supportive.”
“It’s also a profession that doesn’t have many women,” she continued. “Maybe there’s just more work to be done.”
VÍDEO DA ENTREVISTA:

RESUMO DO PROJETO/FAPESP

Resumo do Projeto/FAPESP